A etimologia da palavra filantropia vem das expressões gregas philos e anthropos que, conjugadas, podem ser traduzidas livremente como amor e ser humano. Logo, pode-se interpretar a palavra filantropia significando amor ao ser humano, ou à humanidade.
Esse termo carrega em sua origem uma característica primordial de, individual ou coletivamente, ajudar ao próximo sem esperar retribuição por seu ato – ação representada pela expressão “fazer o bem sem olhar a quem”. No entanto, o cenário da filantropia no Brasil ainda precisa ser mais desenvolvido.
Veja, a seguir, mais informações sobre o tema e conheça exemplos de ações filantrópicas no âmbito das instituições de ensino.
Qual é o papel da filantropia?
A filantropia é uma ação necessária para equilibrar a economia e reduzir desigualdades sociais.
É importante diferenciar filantropia de assistencialismo. Ambos estão relacionados ao ato de auxiliar e de fazer o bem ao próximo, no entanto, a filantropia apresenta uma preocupação em erradicar as causas das desigualdades, enquanto o assistencialismo está mais relacionado a ações paliativas para lidar com esses problemas, sem buscar soluções ou reformas estruturais mais profundas.
Quadro da filantropia no Brasil
No Brasil, o engajamento na filantropia ainda é incipiente em relação ao encontrado em outras nações. De acordo com o mais recente levantamento do World Giving Index (WGI), o país ocupa a 68ª posição no ranking global de filantropia. Nas primeiras posições estão Mianmar, Estados Unidos e Austrália.
Especialistas afirmam que, entre as razões para a baixa adesão à filantropia no país, estão a falta de cultura de doação e os incentivos tributários – uma vez que o Brasil é uma das poucas nações que tributam doações.
Ao contrário de países como os Estados Unidos, que estão no topo do ranking, e onde há educação para a filantropia já no período escolar, no Brasil há percepção de que a responsabilidade por promover a redução das desigualdades é, primordialmente, do governo, conforme especialistas.
Assim, o Brasil, além de não estimular as doações, especialmente de pessoas físicas, é um dos poucos países em que há punição para quem faz doação. Aqui existe, por exemplo, o Imposto de Transmissão de Causa Mortis e Doação (ITCMD), tributo estadual que costuma levar até 5% do valor das doações.
A filantropia ou, ainda, o apoio da iniciativa privada às ações, nas quais muitas das vezes o Estado é carente ou mesmo omisso, é uma área que deve ser cada vez mais estimulada, inclusive tributariamente.
Há uma iniciativa conhecida como advocacy, que visa a influenciar o poder público para que este elabore e aprove leis e políticas com foco no desenvolvimento social e ambiental. No país, é necessário que essas ações sejam impulsionadas a fim de gerar mais mudanças regulatórias relacionadas aos impostos e à falta de incentivo à filantropia.
Filantropia no âmbito das instituições de ensino
Já há alguns exemplos de filantropia direcionados a instituições acadêmicas. Essas iniciativas reforçam como as ações filantrópicas precisam ser cada vez mais estimuladas.
O Insper de São Paulo (ex-Ibmec), por exemplo, arrecadou entre ex-alunos e junto à comunidade externa da instituição cerca de R$3 milhões em quatro anos para seu programa de bolsas de estudo.
Já o Departamento de Economia da PUC-Rio, conforme dados, arrecada, anualmente, cerca de R$ 1 milhão em doações.
Iniciativas como essas ajudam a reduzir as desigualdades no acesso à educação de nível superior no país, tornando possível o sonho da graduação para pessoas que, de outra maneira, talvez não poderiam ingressar e permanecer em uma instituição de ensino superior.
Dessa forma, mesmo com a falta de incentivos, cresce, no Brasil, o interesse e o apoio a projetos e ações sociais e filantrópicas. Estudos apontam que o relevante engajamento dos brasileiros com causas sociais e doações financeiras, embora sejam comumente de pequenos valores, já somam mais de R$ 5 bilhões ao ano.
Portanto, a filantropia representa um passo fundamental em direção à redução das desigualdades sociais. É importante que se estabeleçam, no país, parcerias sólidas entre empresas e comunidade, a partir das quais as organizações se tornem corresponsáveis pelo desenvolvimento social da comunidade em que estão inseridas. As empresas, nesse cenário, passam a complementar uma lacuna deixada pelo Estado, que não consegue, sozinho, resolver todos os problemas sociais de sua população.
Como sua instituição de ensino lida com a filantropia? Já há iniciativas voltadas à essa área? Compartilhe sua experiência nos comentários e continue acompanhando novidades e dicas para a sua IES aqui, no Blog da Gestão Educacional!